E o silêncio se fez ²....a luta continua!

Ela já não precisou sorrir, procurar, chorar ou se iludir. Ela aliás, nem precisou pensar naquilo que outrora acontecia em sua vida, aquela reviravolta no qual ela dizia trazer coisas boas, naquele melodrama no qual ela se dizia feliz.

Ela jurou seu amor eterno, ela jurou sua fidelidade... ela se jurou pra ele. Sua alegria se fazia a cada passo que ele dava, a cada palavra que ele dizia, a gesto que ele fazia. Para ela, aquelas simples coisas se faziam únicas vindo dele. Tudo que o envolvesse se tornava mágico, especial e perfeito.

A espera de viver ao lado dele era angustiante para ela. Sabe aquela situação de você querer, ter e não poder? Então, era isso que ela vivia. Vivia, ela já não sabe mais se vive ou se ainda viverá essa relação, ultimamente parece que a frase mudou: Agora ela não sabe se quer, não sabe se o tem, mas sabe que ainda vai ter.

Esperança? Bom, isso a garota ainda tem. O amor é grande não é? Ele nunca acaba. Só que a esperança que ela tinha a  semanas, meses atrás não são as mesmas de hoje e pelo jeito talvez não seja a mesma de amanhã.

Ele um ser inconstante, apaixonado mais que ainda opta pelas escolhas erradas. Seus dias e sentimentos mutáveis o torna cada vez mais indeciso sobre o que ele realmente deseja, e logo traz consigo a dor que reflete do começo ao fim do oceano.

Quando ela tenta esquecer, é quando mais ela lembra. Quanto mais ela foge, mais ela se aproxima. Quanto mais ela diz:- Eu te odeio,seu injusto  mais o seu coração diz:- Eu te amo. Por muitas vezes ela o sentia perto, mesmo sem ter ninguém ao lado. E era tão real que ela sentia até mesmo o perfume dele. Você acha isso anormal? Mas quem disse que amor é algo normal?.

Todas as palavras trocadas de diversas formas, todas as promessas feitas, todos os sonhos se transformaram em lembranças. Como pode ter um fim sem um começo?! Ou será que teve um começo que ninguém viu? Pode ser. Uma história pode ter várias formas de se começar, que por mais estranha que seja não deixa de ser um começo. Talvez essa história tenha sido uma dessas outras histórias com começos estranhos... quem sabe. O momento no qual ela julgava certo é agora, já ele espera o próximo.

A insistência se fazia passiva, agora nem se faz. O tão temido medo da perda daquela fantasia romântica se aproximou, e trouxe de volta aquela prisão sem janelas. Mais ela tem luz, força e vai se reerguer. Isso não quer dizer que ela va esquecer o que sente, apenas quer dizer que ela superará a perda caso ocorra de verdade.

E ele? Tão mutável, tão bobo, tão apaixonado. Se o coração não acostumou com a nova idéia, vai ter que se acostumar, aliás, quem mandou ele se apaixonar? Ou melhor quem mandou ele gritar...

Sempre existe uma saída, desde que o coração esteja aberto para o amor e deixe que este seja maior que seus medos...

"Já entrei contigo em comunicação tão forte que deixei de existir sendo. Tu tornas-te um eu. É tão difícil falar e dizer coisas que nunca podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real, entre dois? Dificílimo contar: olhei pra você por uns instantes, tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita..Eu chamo isso de estado agudo de felicidade." Clarice Lispector.